Daqui pra frente ...

Confesso que já confessei tudo que havia de confessar nessa vida longa minha que já tive!
Já errei o suficiente demais em todos os sentidos da vida que de repente perdeu o sentido.
Mas não agora ..
Já perdi o sentido da vida aos sete anos.
Aos dez.
Doze...
Com quinze, já bastante decepcionada com a vida que eu tinha.
Ganhei um sentido!
Mas foi um sentido onde tudo se distorceu.
Visão ofuscada...
Perda e ganha de sentidos.
Em todos os sentidos!

Com dezessete os meus sentidos eram únicos e sólidos.
Havia tudo.
Havia um filho desejado por mim.
Um cara que estava lado à lado ao meu lado.
E uma fortaleza que me envolvia.
Mãe e irmãos.
O tempo passou.
Mais ainda do que já havia se passado...

O irmãos foram.
Um à um...
A minha fortaleza começou à desmoronar-se.
Lentamente.
Dolorosamente...
E intensamente!
Mas eu sempre estava ativa no que sentia.
Dores e risos.
Feridas e gargalhadas.
Eu não falava.
Só anotava.
Em pedaços de papéis inimagináveis.

Quem eu tinha ao meu lado, de repente não tinha mais.
Não por que não mais me queria e sim por que tinha ir.
Fazer oque...
Arrisquei todas as alternativas.
A,B,C,"D" até a Z.
Fracassei em metade e na outra metade desisti nessas alternativas.
Em compensação onde não havia alternativas tudo foi sucesso!

Confesso que hoje em dia não há mais confessos.
Há só oque escrever.
De pura essência.
Cansei da essência impura.
Enjoei francamente.
Até o Rock'n Roll cansa-se de si próprio.
Até uma Rave vira metódica.
Até rosas demais cansam...
Oque não me cansa é viver e escrever.
Exatamente n essa ordem.
Apesar que quando aprendi à escrever,escrevia sem ter vivido nada.

Oque esta me confortando é a memória límpida e impura da minha mãe.
Planos todos cancelados.
Exeto a maioria!
Não desisto fácil daquilo que quero.
Que no momento é ficar em casa.
Receber meus amigos...
Dar continuidade a história minha juntando com o futuro dela desde hoje.
É oque me suaviza.
Me ameniza e me deixa em uma sublime paz.